Do passado ao porvir, na linearidade do tempo ou, simplesmente, no tocante da mais pura essência eterna, a música acompanha o ser humano desde as observações mais primitivas dos sons da natureza até as mais complexas orquestras instrumentadas da contemporaneidade. Ouvir, sentir, compor ou tocar, desperta sentimentos, afetos e emoções que independem da razão, pois a música transcende para a irracionalidade do mundo psíquico e aciona um estado de “Ser música”. Ela pode evocar um aspecto “mágico” no ser humano que vai para além do tempo de Cronos, uma viva experiência de Kairós, um convite para o despertar do numinoso com todo o seu esplendor de fascínio e terror que invade e irrompe as dimensões da consciência e os sentidos do indivíduo. Por meio de pesquisa na literatura da Psicologia Analítica, bem como autores da arte musical, este artigo discorre acerca da música na transitoriedade do(s) tempo(s) e na manifestação do numinoso arquetípico. Por fim, entende-se que a música é uma das expressões da arte humana que transita entre o(s) tempo(s), assim como incita a possibilidade de experienciar a atemporalidade enquanto aspecto do numinoso.
psialinezanon
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